De todos os romances que tive, reviravoltas nos meus sentimentos, homens e meninos que viraram minha vida de cabeça para baixo, não posso citar tantos nomes no quesito "inesquecível". Veja você, se eu fizesse uma lista dos meus amores mais importantes, que me fizeram perder o fôlego, a lista teria apenas dois nomes.
Pensando bem, não direi que os outros não são inesqueciveis. Mas é que esses dois ainda me assombram. Todas as noites antes de dormir, algum dos dois fantasmas insiste em sentar na beirada da minha cama e sorrir para minha alma nostálgica. Acho que eles revezam, para eu não me cansar de nenhum deles. Ou melhor, para eu me cansar dos dois na mesma proporção.
Mesmo hoje, depois de meses de ambos os romances terem atestado oficial de óbito, eu arrepio ao ouvir aqueles nomes. Meu coração pára de bater quando eu me deparo cara a cara com eles. Eu odeio e amo essas sensacoes. É como uma droga. Eu sei que é ruim para mim, mas meu vício é mais forte que meus princípios.
Acho que aqueles dois homens são o motivo de eu nunca conseguir manter um relacionamento. Eu sempre comparo o atual com algum deles, mesmo que inconscientemente. Fico pensando: "ah, se ele fosse como o ... !", ou "ah, se ele me olhasse como o ... !". Acho que, inclusive, ambos se parecem. Não fisicamente. No físico, eles são praticamente opostos. Mas nos modos, nas manias, nos gostos, em quase tudo. Às vezes penso neles como uma pessoa só. Um único fantasma.
Na verdade, às vezes eu penso em nós três como uma pessoa só. Não quero ser exagerada nem dramática. Mas, se for verdade que "transforma-se o amador na cousa amada", eu me transformei neles também. Não perdi minha identidade, porém acho que carrego um pouco deles dentro de mim.
Ao contrário do que parece, eu não sofro com o fim de nenhum dos relacionamentos. Na verdade, hoje sou grata. Vivi momentos incríveis. Sorri, chorei, cresci. E embora muitas vezes eu diga o oposto do que eu vou dizer agora, foram as únicas vezes em minha vida em que eu tive a oportunidade de me apaixonar. E pode acreditar que valeu a pena.
Victória Pereira Martins
27/09/2008
sábado, 27 de setembro de 2008
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