Ele acordou sobressaltado. Quando percebeu que fora apenas um pesadelo, acalmou-se e saiu da cama. Como estava acostumado com a solidão naquela imensa casa, não tinha a quem dar "bom dia", e por isso, algumas vezes cumprimentava seus quadros, que guardavam imagens fantasmagóricas e assustadoras, porém o agradava. Seguiu sua rotina e fez tudo como o de costume, naquele silêncio insuportável. Todas as manhãs, ele tinha vontade de gritar, pois era o único que restava. Tateou no fundo de sua gaveta até encontrar o objeto gelado. Um revólver. Acariciou toda a estrutura, tendo vontade de apontar para a cabeça e puxar o gatilho, mas faltava coragem. Naquele dia, decidira que faria o que tanto almejava: libertar-se de tal mundo infiel. Desceu as escadas, tomou seu café matinal e ficou o resto da manhã apenas fitando seus quadros, pois eram somente eles que importavam naquele momento. Quando achou que já o fizera bastante, subiu para seu quarto. Sem cerimônia, pegou seu revólver e antes de poder pensar duas vezes, puxou o gatilho.
Ele acordou sobressaltado. E se deu conta de que não era mais apenas um pesadelo, era um sonho.
Victória Pereira Martins
06/03/2007
terça-feira, 6 de março de 2007
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