quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O melhor lugar do mundo

Não é de agora que países subdesenvolvidos sofrem com problemas como a miséria, a fome, a falta de educação de qualidade, a desvalorização da mulher, a mortalidade infantil, condições precárias na saúde das gestantes, doenças como a AIDS, malária, dentre outras e o desrespeito ao meio ambiente. Alguns desses problemas, podem ser aplicados também a países desenvolvidos. Essas questões sociais são visíveis e estamos sujeitos a presenciá-los dia após dia.
Dificuldades assim nos levam a indagar a respeito de lugares ideais para se morar. Pesquisas, feitas com um grupo de crianças entre sete e catorze anos de classe baixa, revelam a família modelo que elas gostariam de ter, uma família que não tivesse por que se separar, devido a pais compreensivos e estudo de qualidade, por exemplo. Porém, talvez, esse padrão de vida que desejam não seja assim tão atingível quando se trata de um país como o Brasil. Há violência a cada dois passos que se dá, jovens vendendo balas no trânsito enquanto deveriam estar na escola, mães alcoólatras, pais violentos.
Cogita-se a possibilidade de lugares imaginários, onde tudo é perfeito. Com um pesar óbvio: não são reais. Manuel Bandeira mencionou uma vez, em uma famosa poesia, Pasárgada, um local em que não há fome nem miséria, todos são felizes e sem motivos de preocupação. Há quem diga que Pasárgada é o paraíso, para onde vamos quando morremos. E da visão dos mais pessimistas, Pasárgada é para onde vão os fracassados quando querem fugir dos problemas.
Existe também a idéia clichê de que “não há lugar como a nossa casa”. Não discordo totalmente dessa teoria, mas para muitos, tal lugar não pode ser chamado de lar, e alguns dariam tudo para estar longe da moradia.
Talvez imaginar locais ideais para se viver não seja uma das mais originais concepções, visto que todos têm a opinião de que pensar no abstrato é para fracassados, é para quem não tem coragem de encarar a realidade. Sinceramente, esses não estão absolutamente errados, mas fica a pergunta: qual é o melhor lugar do mundo para se viver, então?
Bem, só há uma resposta para essa pergunta. Não sabemos o que queremos, mas sabemos discernir o que não queremos. E o que definitivamente não queremos é o mundo no qual estamos vivendo, com tantos problemas absurdos, e onde todos são cegos, surdos, mudos e hipócritas demais para mudá-lo.

Victória Pereira Martins
01/08/2007

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;*

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