Príncipe,
Meu quarto está deserto. Olho para ele, e o vejo repleto de insignificâncias. E chego à conclusão de que é meu coração que está deserto. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu sinto – e relutantemente admito – que falhei. Nada me resta, senão memórias dessa alma triste e solitária.
Você faz falta. E muita. Mas chegou a hora de dizer adeus. Preciso tomar decisões, fazer escolhas e abrir mão de certas coisas. Infelizmente, não sabia que você não entraria na lista de prioridades. Não sei por que, penso que agora eu mereço mais. Mais do que um cara que me ache “gatinha”. Que suma por dias, e depois diga que “estava sempre aqui”. Que me compare com amores antigos, e não me imagina como um amor futuro. Que uma relação ilusória e inexistente, que nunca vai pra frente.
Você nunca esteve presente. Eu é que sempre estava aqui. Você poderia me ter a hora que quisesse, porque minha porta estava sempre aberta. Fique sabendo que eu a estou fechando.
Algumas vezes a gente tem que sacrificar as coisas que gostamos. Eu gosto de você. Mas você não está me fazendo bem. É como se fosse um vício, uma dose exagerada de esperança. E tudo em excesso faz mal. Até as coisas boas, de fato.
Você me faz feliz também. Mas eu preciso me fazer feliz sozinha. Eu preciso bastar para mim mesma. E para isso, eu preciso me desligar de você antes de tudo. É como uma tomada que não sai do interruptor, pois ficou presa lá. É assim que eu me sinto. Presa no tempo. Mas, aos poucos, com a ajuda de quem está disposto a ajudar, ela vai se desvencilhando, assim como estou fazendo com você.
Não que eu queira isso. É que eu não ficaria bem como mais um prêmio na sua coleção. Meu coração não combinaria com a decoração do teu quarto, repleto de tantos outros por ti quebrados.
Prefiro andar na direção contrária a andar na sua direção, que não leva a lugar algum. Pois ainda que seja ao contrário, estou caminhando para algum lugar. E mesmo que demore, um dia eu alcançarei meus objetivos. E encontrarei alguém que me dê valor e que realmente valha a pena.
Adeus.
Com amor, Princesa.
Victória Pereira Martins
13/11/2006
sábado, 10 de fevereiro de 2007
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Um comentário:
"...Eu estou sempre aqui... você é que não está..."
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