domingo, 13 de maio de 2007

Maldita esperança

Mesmo quando a perdemos, tentamos manter a pessoa por perto de alguma maneira. Geralmente procuramos um pouco dela em outros: o costume, a essência, a voz, a cor dos olhos. A verdade é que nos acostumamos com a presença física da pessoa de uma forma tão dependente, a ponto de fingirmos que ela nunca partiu. Talvez seja preferível assim, afinal, tudo é melhor do que viver de desventuras. Mas o problema nisso tudo é: não existe cópia idêntica desse alguém. E por mais que existam semelhanças, ninguém nunca poderá preencher o vazio deixado pela dolorosa partida do amado. Não enquanto sobrar aquele velho vício da esperança, o que nunca é ruim. A não ser quando ficamos obcecados por algum fato que está para acontecer, sendo que nem sabemos ao certo se acontecerá de fato. Por isso, é melhor não esperar nenhum milagre. É melhor seguir em frente.
Porque, apesar da dor, a pessoa não nos faz mais bem. Ela se torna apenas um hábito que precisamos perder.

Victória Pereira Martins
23/05/2007

;*

Um comentário:

Will Agner disse...

É igual a fumar...

Apenas um habito ruim que devemos perder...